sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

AMAZONIA: a próxima GUERRA?

AMAZONIA: a próxima GUERRA?

Para tudo há momento, e tempo para cada coisa sob o céu: tempo de guerra e tempo de paz. (Eclesiastes 1,3,8). 

Serra Surucucu, Roraima, divisa do Brasil com a Venezuela.
O Cabo Martins do Exercito, segue a rotina de sua noite de vigília. Não há muito o que vigiar.Os índios ianomânis da reserva local estão dormindo. Do outro lado da fronteira venezuelana, tudo é paz. Só se ouvem na noite escura sapos e grilos, os sons próprios da floresta amazônica.
Pouco antes do amanhecer , Martins ouve o ronco distante de um jato navegando pelos céus, e vê um ponto luminoso perdido no firmamento cravejado de estrelas. Martins fecha os olhos e imagina um quadrimotor luxuoso a caminho de Miami, cheio de mulheres lindíssimas, prenuncio de prazeres tentadores.
O ronco, entretanto aumenta de intensidade. Martins se dá conta, de repente,de que são helicópteros a jato que se aproximavam, transportando tropas de assalto do inimigo. Rapidamente, começa a por em prática os ensinamentos da guerra na selva e reflete: A festa vai começar.

FICÇÃO? A curto prazo sim, a longo prazo talvez não.Para muitos, uma fantasia. Para poucos, uma possibilidade. A experiência humana demonstra que a maioria não gosta de pensar em guerra, nem perto nem longe,nem remota, nem iminente.O verão de 1939,antes da Segunda Guerra Mundial, foi dos mais animados: a feira Mundial de Nova York era um sucesso.!939, década de trinta o mundo explodia em grandes feitos,expansão cultural.Aqui no Brasil Carmem Miranda cantava o que é que a baiana tem. Por que preocuparmos com uma guerra no meio do mato, na Floresta Amazônica? Terra da eterna primavera onde os bosques tem mais vida e a vida mais amores. Não há nada a  temer e nem a ameaçar , de imediato a milenar quietude tropical. Enquanto isso, por dever de ofício, militares, diplomatas e alguns estudiosos, aqui e lá fora, não perdem de vista essa possibilidade tão remota aos olhos tão remotos e indiferentes do transeunte da Avenida Paulista.
      Este texto foi retirado da revista PODER que infelizmente, teve, apenas, quatro excelentes números, morrendo com o seu grande editor LUIZ ADOLFO PINHEIRO.   
       Abro aqui, um parênteses para falar um pouco sobre este homem cheio de ideal e que acredito, estaria fazendo muito bem ao país. Vejamos algumas de suas colocações ao apresentar a Revista – PODER Diz ele:
O poder com o qual esta revista tem compromisso, é o poder nacional brasileiro isto é o fruto do trabalho material e cultural do nosso povo. Não é o poder de indivíduos, de grupos ou de partidos, por mais legítimos que sejam, mas o poder do Brasil.  
         Querido amigo, que se foi não podendo realizar a sua obra. Você tem razão. Nestes últimos anos, o partido que, legitimamente está no poder e que tem como símbolo uma Estrela que o partido a colocaria no céu como objetivo a ser alcançado e onde lia-se “Marcaremos este tempo com a ordenação ética do sistema” caiu de muito alto,caiu do alto da vaidade do partido, pois esqueceram da recomendação de Gabriela Mistral: o envaidecimento é coisa perigosa. Caiu no lamaçal da corrupção e a força de sua queda rasgou o chão da esperança,provocando uma erosão  gigantesca no terreno da política. A esperança, em dias  melhores, foi pelo ralo do esgoto da corrupção que passou a correr a céu aberto, que estragou a esplanada, minou os palácios e fede até nas catedrais.  
        Diz Frei Tonin: Mais vale o pão da dignidade do que os banquetes da corrupção.
        Luiz Adolfo, atualmente,diante de tanta corrupção nas mais altas esferas do poder,eu tomo com carinho sua Revista que me encantou, sobretudo pela sua filosofia,pela sua cidadania e brasileirismo e recoloco você no ambiente  atual de tentativa de melhoria, “de participação do povo,de compromisso com o poder nacional brasileiro fruto do trabalho material e cultural do nosso povo.” (como você diz)
A Democracia, que levou uma pedrada na cabeça, nas ultimas eleições ,ato que foi aplaudido com galhardia pelo o chefe maior do partido no poder, esta democracia perdeu a sua coroa. Está doente. Empestiada pela anarquia. Não há o respeito pelas instituições.  Por que? Porque o esgoto da corrupção continua aberto e profundo correndo dentro da cabeça de muitas autoridades que não querem assinar a CPI da corrupção. Você sabe por quê? Por que eles são a  BLINDAGEM  em torno de quem  é o responsável  maior por tal situação. Como deve obrigações ou tem cumplicidade com o Senhor da  corrupção, são obrigados a protegê-lo.

       Voltemos a ‘vaca fria.” O parênteses foi grande mas necessário Com ele, chamamos Luis A ,em outro planos é  verdade para junto de nós.,por isto voltemos à vaca fria. Ao assunto em pauta.
De fato todos podemos ficar tranqüilos:não há qualquer eminência de guerra à vista na Amazônia.Mas,aos olhos de nossos sábios militares e estudiosos a coisa é vigiada com cautela e estudos e de acordo com o sábio ensinamento dos romanos,especialistas na matéria: Si vis pacem, parabellum. (Se queres a paz, prepare-te opara a guerra.) Há no ar algo mais que os aviões de carreira. Em 1979, o então Secretário de Estado Henry Kissinger falou grosso:Não toleramos outro Japão aqui no sul do Rio Grande Anos depois várias declarações  mais especificas de autoridades americanas e de outros países falaram sobre a supra nacionalidade da Amazônia,”bem como de toda a humanidade”...Além das amplas riquezas em geral a Amazônia e os trópicos têm a abundante energia da biomassa e há também um mundo de água doce e um imenso tesouro de riquezas minerais no sub-solo pelo qual vale apena lutar.Mas qual é o pretexto para lutar? Dizem eles:o meio ambiente.Aumenta a pressão sobre a Amazônia para proteção do meio ambiente. Isto dizem eles. Mas o  objetivo real é o controle da biomassa, a energia do futuro.Afinal,o que é a biomassa,tão negligenciada pelas elites dirigentes do Pais e tão cobiçada  pelos estrategistas das potências  hegemônicas?    
O Brasil tem biomassa abundante em todo o seu território, mas aproveitada com baixa eficiência.
Quero com este resumo de alguns artigos do primeiro número da revista Poder ,principalmente com o editorial de Adolfo Pinheiro mostrar que desde os tempos coloniais, `cobiça estrangeira  sobre a Amazônia tem sido  constante.Portanto acabemos uma vez por todas com a presunção do partido, que está há mais de oito anos no poder, de julgar que o Brasil está sendo descoberto no seu governo.Quando escuto tal aberração,fico envergonhada,mesmo estando só, diante da televisão.Sabemos há tempos que somos um País cobiçado por interesses externos poderosos, razão pela qual precisamos de união  interna e de firme determinação política para sobrevivermos como ente nacional livre e soberano. Aqui,coloco o meu eterno refrão: Um País só será politicamente reconhecido como nação, se antes tiver um poder de defesa. Adolfo Pinheiro completa o meu refrão, em si tratando do Brasil. Diz ele:” Daí defendermos a permanente e inquebrantável união dos civis com os militares, sobre a base das  liberdades  democrática e do respeito mútuo, superando desconfianças do passado,para cimentar a coesão interna.
Infelizmente,falta-nos um projeto de grandeza nacional e de liderança política para liderá-lo. Mais: o povo é intencionalmente excluído das decisões, a não ser quando do episódio eleitoral quadrienal.
Nos tempos atuais, o governo que mais preocupou-se com a grave situação da Amazônia foi o Governo de Fernando Henrique Cardoso. Em 1996, o Executivo aprovou a primeira Política de Defesa Nacional, um documento tímido mas positivo.Finalmente vem a implantação do Ministério de Defesa e a criação de uma nova e eficiente Agência Brasileira de Inteligência saíram da retórica e já se encontram no Congresso que vem se aderindo cada vez mais na adoção de medidas para a nossa autodefesa. Só falta, agora, despertar a opinião pública, deliberadamente manipulada para a atitude de alienação ou de complacência frente aos interesses antinacionais.
Provando que o governo que mais fez em posições tecnocratas necessárias diante de atitudes políticas  fracamente colocadas,foi o de Fernando Henrique Cardoso, ele  criou uma Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República(Criou Secrtaria e não Ministério como andam fazendo). Esta Secretaria vem desenvolvendo o Projeto Brasil 2020 como Instrumento de balizamento consistente para uma proposta de desenvolvimento sustentável de longo prazo para o Brasil.
A sua elaboração foi dividida em três fases: elaboração de  cenários  prospectivos; elaboração de um cenário desejado, com base nos anseios e expectativas dos brasileiros e, finalmente, definição das  linhas de um projeto estratégico de desenvolvimento a longo prazo.

É importante lembrar que um dos aspectos estratégico mais  relevante dessa política- talvez o maior deles- é deixar de encarar a região amazônica como um assunto e tentar colocá-la no cerne da sobrevivência do País no futuro

Atenção dando sequencia ao estudo apresentaremos: FHC e a AMAZÔNIA (quero chamar sua atenção para o fato de estarem certo trechos no presente. È proposital: estes artigos foram publicados, durante a elaboração do projeto.  Acredito que o excelente projeto 2020 desapareceu ou foi mutilado ,esfoliado e carregado de outra filosofia , outra metodologia, outra política social.   

Um comentário:

  1. Prezada Sra. Maria Carmelita,

    de antemão me desculpo se este não é o meio mais adequado para este contato, mas não obtive outro. Meu nome é Pauliane Braga, pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais. Tenho como objeto de estudo parte da obra de Bernardo Élis, e esta semana estou em Goiânia em busca de nova documentação. Soube da existência da Associação Cultural Bernardo Élis dos Povos do Cerrado; é nela que está reunida a documentação sobre Élis? A senhora poderia me ajudar a encontrar esses documentos, e se fosse possível me concederia uma entrevista?

    Grata desde já,

    atenciosamente,

    Pauliane Braga.

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