sábado, 16 de fevereiro de 2013


No bandejão da Política econômica

O mau de certos políticos não e falta de persistência. È a persistência na falta. (Barão de Itararé.) Entretanto lembremos: a concórdia não é uniformidade de opiniões, mas concordância de vontades
 (S. Tomás de Aquino.)
      Há um mês, ao passar por um bar em Brasília (tipo café Central de Goiânia) vi uma roda eclética de pessoas importantes demais para estar ali. A curiosidade acordou em mim. Não hesitei em ocultar-me perto do grupo e, lá vai o que ouvi... Gravei... Oferecendo-lhe, agora, o bandejão da Política Econômica do Brasil.
    Delfim negou na reunião que esteja havendo divergências entre o Brasil e o FMI
   Mas, Sr.Ministro, os banqueiros não acreditam nos números e nas estatísticas brasileiras,sobretudo, por não terem os ministros cumprido o que assinaram na Carta Compromisso ao FMI.(André G. Stumpf-Jornalista.)
- Como?...Há total impraticabilidade do cumprimento das exigências do FMI admitidas pelas autoridades monetárias no acordo firmado com aquele organismo como condição para o empréstimo trienal de US$4,5 bilhões!...(Jor.Humberto Quadros)
   Pensativo, Cunha Junior da (ACIEC) retrucou: Estão levando o País Á derrocada. A política econômica é, hoje, uma Torre de Babel. O Simonsen, o Celso Furtado, o Roberto Campos, cada um fala uma coisa, o Delfim fala outra coisa e acaba contrariando todos, fazendo tudo sozinho.
   - Ora, disse o Ministro Galvêas, não há com que se preocupar:os entendimentos com a missão do FMI estão evoluindo satisfatoriamente...as medidas tomadas pelo governo brasileiro, tanto na área fiscal como na política monetária,viabilizarão ( é melhor usar mesmo o futuro incerto)a redução dos desequilíbrios internos e também facilitarão a redução dos déficit em conta corrente.
    Como era de se esperar, o Ministro Beltrão endossou o primeiro dizendo: o componente mais importante das medidas de natureza econômica não é a perfeição técnica; é o grau de credibilidade, aceitação e solidariedade que elas sejam capazes de suscitar.
    Lógica a declaração do Beltrão, pois como não haver solidariedade,quando “essas decisões,últimas do governo, demonstram claramente que O Poder de Decisões do País está lá fora? nas mãos dos Banqueiros?” A prova está aí. o Bis pressionou o Brasil a aceitar as condições impostas pelo FMI e, hoje, ele prorroga e com esse posicionamento favorável do BIS, o Banco Central conclui as negociações com o FMI.
  Diante da afirmativa de Aldo Arantes de que “o poder de decisão do País está lá fora, nas mãos dos banqueiros”, o Senador Saturnino gritou:Alguém precisa convencer o Governo do perigo de insistir nesse acordo como FMI. Essa situação preocupa a todos. As propostas do FMI ao Brasil são políticas e socialmente inviáveis, não são Ministro Camilo Penna?
 - É... mas as negociações, a nível técnico para solucionar o pagamento da dívida externa brasileira, atingiram um impasse que só poderá ser resolvido,através de um acordo entre governos dos países credores e devedores em que se estabeleça o fluxo de comércio ou novas condições de rolamento da dívida.Digo mais...a solução dos problemas econômicos se transformou numa brincadeira internacional surrealista, na qual o Brasil tem a sua participação.
  Estranho comportamento do Sr. Ministro que fala em brincadeira internacional surrealista, quando “o ponto crítico de toda essa armação é o custo que o País está pagando pela recessão que lança milhões de pessoas no desemprego!...”
Vermelho de raiva com as brincadeirinhas inoportunas de Camilo Penna, Saturnino prossegue: as declarações fáceis de vários dos homens que tiveram e estão no comando da economia do País, e nesse comando tomavam decisões, profundamente, erradas, tomadas da forma mais autoritária, foram empurrando a Nação, gradativamente, friamente, para o atoleiro em que se encontra.
Mais veemente e autoritário foi o jornalista Humberto Neto que se levantou e numa gargalhada, disse: Gargalhadas.Nada melhor para definir o sentimento que  o Brasil dos Generais,do Ministro Delfim Neto,Ernane Galvêas, de Carlos Longoni e muitos outros desperta,hoje, junto à comunidade financeira internacional.Enquanto os banqueiros sorriem, ainda que temerosos e apreensivos,Ernani Galvêas e Carlos Logoni afivelam suas malas para mais o “tour” pelos Estados Unidos. Em Washington, para os sisudos homens do FMI e para os banqueiros credores, eles repetirão a antiga, surrada e gasta cantinela de sempre, assegurando que há muito avistam sinais de recuperação da economia brasileira.
 O grupo já fervia exasperado, diante da situação do País, sobretudo diante da calma e miopia das autoridades ali presentes, quando alguém, prudentemente, lembrou que seria melhor dispersar o grupo, marcando um novo encontro daí a quatro dias.
  Eu saí, cautelosamente, do meu esconderijo, convidando você meu amigo,a voltar oportunamente para nossa escuta,inteirando-nos de que o Brasil está passando no pior trecho do Triângulo das Bermudas.
  -Qual será o seu destino?...Qual será o nosso?...O dos brasileiros?..Ou melhor: qual será do Triângulo das Bermudas?

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