quinta-feira, 21 de novembro de 2013

SEM SOLDADO, SEM PROFESSOR uma sombra negra paira sobre o BRASIL DE MANHÃ.

Iª parte     Segurança

SEM SOLDADO, SEM PROFESSOR uma sombra negra paira sobre o BRASIL DE MANHÃ.

          “Não é a morte ou a privação que é a coisa terrível, mas o medo da morte e da privação.” Filof. Epicteto)

Desejo falar da Educação, mas é impossível falar de Educação sem antes falar de Segurança (Proteção) Por quê? Porque toda sociedade  (cidade,grupos) tem no início de sua formação dois pilares que parecem antagônicos,mas que são profundamente unidos na sua origem. Estão a serviço do cidadão.    O Primeiro Pilar defende a vida do cidadão. O Segundo Pilar desenvolve e qualifica esta vida.
0 MUNDO DE HOJE,  Obrigou O HOMEM A CRIAR MECANISMOS DE PROTEÇÃO AOS SERES PERTENCENTES À UMA SOCIEDADE. São eles os guardiões de dois valores essenciais na vida do Homem. Sem estes dois valores VIDA e EDUCAÇÃO o ser humano não sobreviverá no grupo ou sociedade de hoje.
     Neste momento de nossa História estamos vivendo uma tremenda destruição do Ser pelo Ter. Com isso nossa maneira de agir está cada vez mais violenta, destrutiva, egoísta, desumana. Estamos neste mundo cumprindo uma missão. Essa banalidade da vida, o vazio, não crescimento não faz parte de nossa missão ,mas faz parte de nossa História  e por  isso devemos estudar este fato atual que passará a   ser um fato histórico com suas conseqüências  profundas no futuro da Humanidade.
Para estudarmos ou falarmos sobre um FATO ou um COMPORTAMENTO SOCIAL, deveremos procurar as causas, os fatos anteriores que causaram tal comportamento ou fato. No nosso caso, neste momento é A Violência que já apresenta as suas conseqüências.
Primeira causa: o progresso é maravilhoso e necessário ao nosso crescimento, mas mal conduzido leva a um industrialismo crescentemente mecanizado. A vida, hoje em dia está se tornando mais mecânica. Criou-se, então, o novo tipo de homem: o homem da organização, o homem automático, mecânico. O ser humano, aliás, todos os seres vivos não têm mais paz. A violência cresce assustadoramente. Essa violência para como ser vivo começou com a civilização industrial – burocrática européia, atingindo a América. Com o aparecimento da indústria tornou-se necessária a burocratização, metodizada.  Organizada, controlada por um  grande método=ESTATÍSTICA. O homem passa a interessar-se somente por números, por coisas. O homem passa a interessar-se pelo metal (dinheiro), coisa. Passa TER e não SER.
Nas grandes fábricas, nos grandes centros de produção, o SER VIVO, ONDE A VIDA É SENTIDA, ESTE SER VIVO ( o trabalhador, o chefe, o administrador) FOI TRANSFORMADO em coisa, em número.As coisas são manipuladas. O homem-coisa passa a ser manipulado. Com isso o cidadão de hoje, tornou-se egoísta ao extremo, com ânsia e violência de adquirir bens materiais. O que vemos hoje em relação ao comportamento do Homem? Uma profunda atração por tudo o que é mecanizado. Mas o Homem não se destina a ser uma coisa. Ele é destruído se converte numa coisa. Morre ou tenta agir, mas ele é impotente porque é homem-coisa. Sofre por não poder aceitar a situação de completa incapacidade. Incapaz, desespera desesperado quer matar toda vida. Razão porque a violência vem crescendo ininterruptamente e cada vez mais perniciosa mais criminosa. E por que chegamos a tudo isso? Porque as pessoas são tratadas e administradas como se fossem coisas, mercadorias que se vedem. Muitos resolvem a situação de impotência para agir, identificando-se com um grupo que disponha de poder. Mas ele continua impotente, torna-se parte (passiva) daqueles que agem.
É terrível pensar na situação do homem de hoje. Descontente por ser, apenas, parte de um grupo que tem poder, ele procura grupos afins (comandados) os quais crescem reunidos e criam o poder DE DESTRUIR. É O USO DA FORÇA DESTRUTIVA. Qual é a causa de tanta revolta ao ponto de querer destruir toda VIDA? È que manipulado, o indivíduo (o EU) começa a ser destruído, sente-se inútil, não consegue viver sua vida. E a vida só pode ser sentida nas suas manifestações individuais. Muitas pessoas podem ser influenciadas pelas forças da vida. E quais são essas forças? O AMOR- a mola propulsora de todo bem, o estímulo que cria motivação que leva à criação e ao crescimento humano do ser vivo. A manipulação cria no homem-coisa uma predisposição CONTRA O QUE É VIVO. Por que esta predisposição contra o que é vivo? Porque transformado em homem-coisa, em número e obedecendo as leis das coisas, ele não tolera essa passividade absoluta de ser transformado e mudado, e ele não aceita ser apenas o objeto das circunstâncias, objeto das forças naturais e sociais que o dominam. Ele, o indivíduo veio para deixar a sua marca no mundo, transformá-lo, mudá-lo. Veja bem: eu o disse, o INDIVÍDUO o Eu individual.  Não passamos por aqui, por acaso. Devido ao livre arbítrio possuímos a vontade, a capacidade e a liberdade para agir, criar. Ou bem ou mal deixaremos no mundo a nossa marca. Mas quem faz isso é o Eu individual para o qual foi criada uma alma especial, a qual personaliza este EU.
“O homem que não pode criar, quer destruir.” (Erich Fromm)
“ Somente, quando se tem  plena experiência da intensidade e freqüência da violência destrutiva e sádica em indivíduos e em massas, pode-se entender que a violência  compensatória não é algo superficial, o resultado de más influências,maus hábitos ,e assim por diante.É no homem um poder tão forte  e intenso quanto o seu desejo de viver.”(Erich Fromm)
         Eu, sempre, cito um ditado, que acredito cabe bem na vida da sociedade de hoje, violentíssima, interesseira, materializada.   “O Homem (=Humanidade) briga por três barras: barra de ouro, barra de terra e barra de saia (ou de calça. O ser vivo, no caso a mulher é representado por uma coisa, a saia- isto é a coisificação do ser vivo ,onde a vida é sentida. Você já  deve  ter observado  que há um escala de valores nas barras: lº Ouro=dinheiro, 2º Terra e 3º- um ser( coisificado). Portanto, procura-se TER e não SER.
Quero com essas considerações mostrar que a violência tem suas raízes no âmbito da família, aliás, todos os traumas, violências e insanidade mental, originaram-se no início da vida de um ser. Fala-se em “boulling”, taras sexuais, em desvios comportamentais, em dupla personalidade, em pessoa violentíssima e tentam tratamentos os mais diversos, em indivíduos adultos. Coisa difícil de recuperar. O estrago na vida daquela pessoa já foi feito no meio ambiente, familiar ou grupal. Isto na infância. Não podemos imaginar a carga de traumas que um bebê recebe, ainda no berço, dependendo do meio em que vive.
    Não pretendo ensinar “Pai Nosso ao Vigário”. Só quero lembrá-lo de que temos em análise, irmos sempre às raízes dos fatos. Por isso digo: Há necessidade de desenvolver mais o tema, que vai procurar nas raízes as causas do comportamento atual, analisar este comportamento e prevenir a sociedade das sérias conseqüências que dele poderão advir. Mas tal papel cabe aos conferencistas, debatedores ou orientadores. O estudo é individual, pois cada qual tem o seu passado e seu berço. Só com um estudo aprofundado poderemos ajudar para que a violência não se avance tanto. Veremos também que o próprio individuo é vítima e sofre com isso. Concomitantemente a esse trabalho ou estudo sobre cada indivíduo violento, deveremos desenvolver e aperfeiçoar estes dois PILARES guardiões dos dois valores essenciais na vida do cidadão: a VIDA e a EDUCAÇÃO.  São eles: 1º Pilar é a DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA que é formado pela Segurança Policial, Policia civil, policia militar, Corpo de Bombeiros e demais entidades ligadas à Secretaria de Segurança. O policial tem que se convencer de sua importância na sociedade. É ele o guardião da vida de cada indivíduo de sua comunidade ou cidade. Sua importância e responsabilidade são tão grandes que dela dependerá o êxito da Corporação. Um policial vocacionado para arriscar a sua vida pela vida do outro, é uma imagem do Sacrifício de Cristo que morreu na cruz para salvar-nos. Seja um grande policial e terás o respeito da sociedade reconhecida.
Por outro lado, as autoridades têm o dever sagrado de escolher a dedo cada elemento que desejar ingressar na segurança pública. Será omissa e incompetente a autoridade que menosprezar os mais variados testes psicológicos, testes que coloquem o “aspirante” em situação difícil, provocando sua irritabilidade, a sua vaidade, os seus reflexos em diversas circunstâncias. Resumindo ter uma competente Psicotécnica= um conjunto de métodos que permitem apreciar as reações psicológicas e motrizes dos indivíduos.
Por que tudo isso?  Porque nos diversos teste de personalidade, caráter estamos evitando colocar na corporação justamente os elementos perigosos. O melhor lugar para camuflar a própria violência, é na polícia. Muitas vezes, o indivíduo acredita estar seguindo uma vocação, mas o poder da mente de camuflar situações é tão grande, que se a pessoa não tiver conhecimento da psique humana, acreditará estar seguindo uma vocação.   Começam então matanças de inocentes por “falsos policiais” isto é pessoas com problemas psíquico, ingressados na Segurança Pública trarão grandes conseqüências para a corporação que deve ser respeitada pela comunidade. Daí o motivo pelo qual insisto na necessidade de ter um grande e importante corpo técnico formado por diferentes elementos das diversas ciências que estudam o ser humano Resumindo: Uma forte psicotécnica.
 É preciso fazer justiça a todos que lidam com a vida humana, principalmente para com os militares,seja ele Militar do Exército na sua grande tarefa de defender Nossa Pátria, como o soldado, o policial que defendem a comunidade. Tem que lhes dar um digno “SOLDO”, permitindo assim que ele  permaneça tempo integral na Corporação, com saúde e com a mente equilibrada para tão nobre tarefa. Se o SOLDO não estiver à altura de tão arriscada tarefa e não cobrir sua despesa mensal, ele é forçado a fazer “bicos”, não cumprindo bem a sua importante tarefa. Insisto nisto, porque a TV (notícia) tem mostrado constantemente o desrespeito, sobretudo das classes mais carente para com os policiais. Ruas tumultuadas, a multidão em pânico recorre a policia.
 Na pesquisa de averiguação dos fatos os policiais chamados, descobrem no meio da multidão outros elementos perigosos, ou ladrão ou traficante que recebem na hora “ordem de prisão”. Parentes, amigos, mulheres e homens histéricos que estavam regozijando com a prisão dos arruaceiros, passam para o outro lado e todos num conjunto de selvageria vão mais longe: chamam “certas ONGs” que querem aparecer como protetoras dos direitos humanos, as  quais num espalhafatoso escândalo,  denunciam para a própria polícia a conduta dos policiais. Às vezes fico com dó  do delegado que pêgo de surpresa responde sempre a mesma coisa: Vamos  averiguar o caso e punir os culpados. Aí vem a falha do delegado: se ainda não “averiguou” como vai punir os culpados?  Faz lembrar a propaganda da empreguete: “Tu ( ten)s direitos. A  “turma” que sempre acredita que tem direito sem trabalhar, fica mais  “alvoroçada”. É cômico,hilariante! O Sr Hilário quer os seus direitos, sem seus deveres. O direito é oriundo dos deveres. Se não trabalha,não tem direito trabalhista.
 Para melhor entendermos o avanço violento da violência, transcrevo aqui uma crônica que escrevi na década de 1990. Ao “abrir o Jornal “Diário da Manhã”, daquele dia, deparei-me com a fotografia e escrito com letras garrafais” Pai mata o filhinho (1 ano) no dia de seu aniversário.” Claro por isso estava na 1ª página, na chamada, página manchete. Disse tudo isso, apenas para dizer, que, hoje, não há mais a chamada na manchete. Por que? Porque a violência, a matança de crianças por pais, já saiu do controle e as pessoas, embora assustadas, acostumaram com estas terríveis e desumanas notícias.
Esta crônica não foi publicada em nenhum jornal. Todos estes jornais estão dependurados no governo. Acredito que a causa da não publicação, foi porque coloquei um turbilhão de interrogações na cabeça da mãe-menina. Leia-a e verá. A colocação da CRÔNICA intermediando as partes é proposital. Na primeira parte ao falarmos da segurança falamos também da educação quando falamos do meio ambiente onde criança cresce.


Apenas uma flor amarela





         Sobre o fundo do horizonte acinzentado pela aurora, três vultos ameaçadores, apontaram no topo da rua estreita e esburacada. Ameaçadores, porque um deles trazia a marca da morte em seu semblante bêbado.
         De cá, tinha-se uma visão macabra. Bêbados cambaleantes... Mais pareciam três corpos dependurados em forcas, rodopiando na gargalhada de um vento sarcástico.
         No pé da ladeira, um barraco e... Dentro dele uma menina-mãe, catorze anos apenas, havia abandonado suas bonecas de pano para acariciar e trazer nos braços um bonequinho de carne e osso, o lindo Fernando. De pé, ao lado do berço, sonhava ela em dar-lhe um carrinho... Um bolo de aniversário. Sonhava, pois no barraco só havia uma jóia-ele, Fernando, que completaria um aninho exatamente, naquele trágico dia.
         Havia chovido. Nas poças da rua estreita, os rostos dos três homens endemoniados eram refletidos com nitidez, como que a gritar que só na lama fétida, poderiam refletir-se semblantes tão cruéis.
         Na porta do barraco Édio ficou, permitido ao fazendeiro e ao Wilson que sumissem com suas sinas na curva da rua tacanha como eram suas vidas.
         __Abra a porta Eliene!Gritou o bêbado, impaciente.
         __Édio, vou à privada e volto já.
         Trancando a porta por dentro aquele farrapo humano serpenteia pelo barraco a procura de algo. No canto do cômodo semi-escuro vislumbra o berço, dentro seu próprio filhinho, um pequenino ser, duplamente indefeso, pois dormia um sono profundo.                                                                                                      
         __Édio!...Por que você trancou a porta?... Abra esta porta! Chorava a mulher aos gritos na escuridão da madrugada. Tanto gritou, tanto chorou, tanto jogou pedra e garrafas( o que não falta no terreno de bêbado) no telhado, que a cachorrada circunvizinha começou a orquestrar a madrugada com seus latidos dos variados tons e semi-tons.
         Alguém testemunhou que ouvira “barulho de garrafas se quebrando, insultos e desaforos”... Mas... O homem permaneceu com a porta fechada.
         O silêncio macabro que envolvia o cômodo úmido e o cheiro de morte que penetrava o faro da menina acuada, lá fora, prolongavam-lhe as horas. O dia vinha vindo triste, vestido de cinza. O sol frouxamente jogava alguma luz no barraco, o que permitiu a Eliene divisar a porta, agora aberta. O instinto maternal a arrastou até o filho.
         __Ele está morto!?...
         Virando-se desesperada, ainda delineou na porta o assassino que num gesto fugitivo, ocultava da luz, com as próprias mãos,o rosto desfigurado de homem - monstro.
         O desespero da menina-mãe transformara o barraco em uma grande acústica de onde seus gritos de dor dilacerada, ampliavam a sordidez do crime.
         Aquele desespero e aquela dor saiam se arrastando pela única janela, pela única porta indo de encontro às paredes vizinhas, aos ouvidos vizinhos, trazendo para o pequeno cômodo abafado, cheirando morte recente, um sórdido quadro que se desenhava aos olhos estupefatos de quem pode entrar: a menina-mãe de joelhos e com o filhinho nos braços implorava por um socorro inútil: “Meu filho, única coisa boa em minha vida.Meu único bem, vida de minha vida. Eu só queria um bolinho com uma vela no seu aniversário. Queria cantar parabéns... Só eu e você. Mas, eu sonhava com isso. E você morreu no dia do seu aniversário. Por que me abandonou, meu filho?...
         Pobre menina-mãe... teria ela conhecido o amor?... Concebendo aos doze anos, seria isto amor ou estupro?... O que se passa pela cabeça de uma menina de doze anos que se vê mãe?... Como pode ser fruto de um amor, se quem ameaçou dar vida ao pequenino ser, hediondamente a ceifa, estrangulando com um pedaço de fio elétrico, este pequenino ser?...
         Estupro... Morte... Pena de morte... Trabalho forçado...Pena de morte, Pena de morte...Educação... Controle de natalidade...Pena de morte?... Qual seria a solução!?...
         E o jornal trouxe a tristeza fotografia de Eliene só ao pé do caixãozinho azul onde Fernando vestido com seu calção cinza, talvez a roupinha que vestiria para que sua mamãe cantasse “Parabéns a você” naquele dia, jazia inerte, ali. Não havia bolo, não havia vela... mas aos olhos de sua mãe-menina, ele estava aparando com suas mãozinhas gorduchas as lágrimas que lhe banhavam o rosto e o caixão para depois instalarem-se sobre as pétalas amarelas da única flor que enfeitou seu féretro.
         Apenas uma flor amarela que a “avó, também em lágrimas, andando alguns metros, arrancou da beira do caminho, um feixe de capim e uma flor amarela, depositando-os sobre o caixãozinho azul. Este era o único enfeito na funerária de um bebê”, noticiou o comovido repórter.
         Fernando, que castigo merece aquele que não deixou a sua mãezinha cantar “parabéns a você”, no dia do seu primeiro aninho?... Pena de morte?... Trabalho forçado?... Prisão perpétua?... Reeducação do povo?... Pena de morte?... Qual a solução mais urgente precisa o Brasil.
         Que o povo vote. Só uma tomada de consciência coletiva poderá trazer ao País uma solução de responsabilidade unitária.
         Pena de morte?... 


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